Tuesday, November 20, 2007

Lar



Sussurrando
Aquela voz estranha conhecida
Na língua do teu lar flutua...
Incompreensível.


Se quiseres um dia,
Do que é mais profundo em ti,
Saberás o que ela diz
E encontrarás o seu real nativo.


Seus olhos não terão mais medo,
Cada vez que você fechá-los
Sonharás com a tua casa.


No dia em que for chamado,
Eles se abrirão em nova luz
E tudo fará sentido...

Sarah Maia

Labels:

Tuesday, January 16, 2007

A feia.

A beleza escondia o vazio
Os sorrisos da foto a maltratavam
Sentia-se feia como carne crua,
Chocante como pluma ao vento,
Quase desaparecendo
Quase se desesperando.
Sentia-se como um sopro desvalido,
Um suspiro depois do gozo fingido
Ela diria,
Parte de um passado que esqueceu.

Friday, November 17, 2006

Revelação

Ela pensa que é real
Só porque tem sede
E a sua sede mata.

E a sua fome de sonhar
Fez-me ver...

Ela é parte de mim
Só parte, fantasia.

Como eu sou asa
Ela pensa que voa
Mas é somente
A outra asa.

Inteira e miragem
Mas de fato
Respiro como ela
Outra atmosfera
Que não é feita de ar.
Sarah, Lara...

Saturday, September 09, 2006

Desordem...


Mil pedaços de raio
Um arco íris quebrado
No sonho perdido.

Eu sou um fragmento,
Parte que se inteira no vento
E perde-se no redemoinho.

Aquela chuva morna de antes
Sujou meus pensamentos,
A tempestade e o sol
No firmamento da alma.

Meus, seus; tanto faz
A dor é viver nesse mundo
Sedento por exatidão
Quando tudo em nós é desordem.

Saturday, August 12, 2006

Um dia

"Novo dia"


Mais uma parte de mim fica

Mais uma parte se renova

Outra vez, uma parte sufoca

E vira pedra de gelo eterno.

Tropeço mais uma vez

Numa rotina incessante de erros

Pensando na definição mais exata

Do que seria o acerto.

Caio sempre do mesmo abismo de algodão

Com minhas leves asas de chumbo

Sobrevôo o tempo e o espaço

Mas a dimensão da carne me prende.

Parte de mim outra vez morre...

O silencio funesto abrevia o anúncio

Das coisas que se repetem sempre.


Sarah

Sunday, July 09, 2006

2


Coisas feitas...

Dor que já não incomoda
Mas que se enfia em mim feito amor
E se retorce feito ira
Soando feito culpa
Gemendo feito ignorância.

Dor que penetra feito desejo
Que me arranca feito escárnio
E me sangra feito nostalgia
Morrendo feito Flor
Chorando feito alegoria

Dor,que me vêm das tuas mãos
E do teu espírito feito traição.


Personalidade?

Onde comecei,
Meu espírito está.
Meu primeiro passo doeu
E meu espírito se foi.
(veloz como só um espírito é)

Agora sou “meu”
Não “eu”.
Sarah Maia

Tuesday, July 04, 2006

Inacabado

Eu ando com medo de me ser
Finjo que sou, falo como se fosse
Mas no fundo eu sei que ela se foi.
Quando eu abro os olhos de manhã
E não reconheço meu quarto tão claro
Sei que não é o meu lugar de fato
Quando me olho no espelho de madrugada
E o meu rosto se deforma eu sei...
Que o vazio já cresceu demais
E que já estou longe pra ouvir
As preces que as vezes faço na escuridão